sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O Desconhecido

Apesar de sermos uma espécie relativamente recente tendo em conta a história do Universo, o Homem já conseguiu, mesmo assim, escaranfuchar todos os lugares da Terra, meter os pés na Lua e em Marte, enviar sondas pela Via Láctea afora e, no momento em que escrevo isto, persiste ainda em encontrar forma de meter também o nariz para lá desta galáxia em que nos encontramos.



À medida que vamos descobrindo a grandeza do Mundo, vamo-nos sentindo pequenos, sós e abandonados. Sem qualquer propósito ou razão de ser. Como grãos de areia amontoados no deserto. Por isso, a busca da razão por parte do Homem é incessante. A busca do Porquê-Estamos-Aqui? e do Como-Viemos-Aqui-Parar?, bem como a procura de Para-Onde-Vamos?.


Mas por mais que o Homem vasculhe os vestígios do passado ou as rotas futuras, o Puzzle do Universo simplesmente não está feito... nas nossas pequenas cabeças. Nem nós conseguimos visualizar sequer o seu todo, mesmo que tivessemos as peças necessárias encaixadas. A Verdade é grandiosa demais para ser alcançada por um ser tão minúsculo e de condições tão limitadas como o é o Homem.



Pensamos que há vida noutros planetas, noutros mundos para além do nosso, mas a nossa própria fragilidade impede-nos de perseguir essa linha de raciocínio. Ficamo-nos apenas pela ideia, deliciando-nos com a perspectiva de outras formas de vida puderem estabelecer contacto connosco. E quedámo-nos nessa espera, de olhos postos nos fogos de milhões de estrelas remotas.


Pensamos também, iludidos em nós próprios, que a vida extraterrestre é uma forma de vida avançada, com meios e técnicas que apenas sonhamos ou retratamos em filmes de ficção científica. Mas esquecemo-nos de como a Vida pode surgir de um ser minúsculo composto apenas por uma célula. E de como esta forma de vida pode evoluir e desencadear todo um processo na Natureza, do qual nós somos um dos produtos finais...




Ou seja, a Vida pode estar presente nos sítios onde menos se espera, em formas improváveis de a conter.

A Vida começou na água e penso que esta, ainda hoje, embala formas de vida que ainda nos são desconhecidas.


Quem pode conhecer a vastidão total dos nossos Oceanos? A sua profundidade arrebatadora?
Os Mares sempre foram e ainda hoje nos são desconhecidos... São o Universo que não se estende para além dos planetas, mas o que se volta para o próprio umbigo.



Ainda assim, o Sol traz-nos a notícia de que apenas 4% dos Oceanos são virgens em relação à acção do Homem. Esta tem danificado, ao longo dos tempos, os recifes de corais, o plâncton e os fundos oceânicos.


Os ecossistemas oceânicos mais preservados são os das regiões polares (porque ninguém lá vive, entenda-se).


Até aquilo que ainda nos é desconhecido, nós destruimos!...

2 comentários:

  1. Ariadne, adorei o teu post.
    Sem palavras!

    Em relação ao que dizes, acho que saber por que estamos aqui, como viemos aqui parar ou para onde vamos é importante. Mas o mais importante é SERMOS. Viver.

    Um GRANDE abraço!

    Tenho muuuuitas saudades vossas.

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  2. Gostei muito de ler. Está muito bem pensado. Enquanto não temos todas as respostas que gostaríamos de ter - alguma vez teremos? -, vamos proteger-nos a nós mesmos e ao nosso planeta, na medida das nossas capacidades.

    Tantos mistérios e tão frágeis, pequenos e ignorantes somos nós...

    Beijinhos a todos.

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