Relembrando saraus literários maravilhosos na Reboleira!
Não tenhas medo do amor. Pousa a tua mão
devagar sobre o peito da terra e sente respirar
no seu seio os nomes das coisas que ali estão a
crescer: o linho e a genciana; as ervilhas-de-cheiro
e as campainhas azuis; a menta perfumada para
as infusões do verão e a teia de raízes de um
pequeno loureiro que se organiza como uma rede
de veias na confusão de um corpo. A vida nunca
foi só inverno, nunca foi só bruma e desamparo.
Se bem que chova ainda, não te importes: pousa a
tua mão devagar sobre o teu peito e ouve o clamor
da tempestade que faz ruir os muros: explode no
teu coração um amor-perfeito, será doce o seu
pólen na corola de um beijo, não tenhas medo,
hão-de pedir-to quando chegar a primavera.
PEDREIRA, Maria do Rosário - Nenhum nome depois. Algés: Gótica, 2005. ISBN 972-792-101-9.
Sine comentarriis... lindo...
ResponderEliminarAmar como se nunca se tivesse sofrido no amor.
"Quando o amor vier ter convosco, segui-o, embora os seus caminhos sejam árduos e sinuosos. E quando as suas asas vos envolverem, abraçai-o, embora a espada oculta sob as asas vos possa ferir. E quando ele falar convosco, acreditai, embora a sua voz possa abalar os vossos sonhos como o vento do norte devasta o jardim. Pois o amor, coroando-vos, também vos sacrificará."
ResponderEliminarGIBRAN, Kahlil, O Profeta, Coisas de Ler, 2001, p.15.
Boa semana!