300

Finalmente hoje tive tempo para ir ao cinema ver "300", um filme que desde cedo aguçou a minha curiosidade.
É EXCELENTE!!!
Tem a fotografia adequada, os planos de imagem certos, os actores encaixam-se perfeitamente nas personagens que interpretam, os cenários são ideais e os diálogos projectam a força e a eloquência correcta dos gregos (neste caso, espartanos). E os efeitos são espectaculares. Ou pelo menos é assim que imagino as grandes epopeias vividas pelos nossos notáveis antepassados. Isto é, quando leio e releio a Íliada (de longe a melhor obra que nos foi legada), imagino algo muito semelhante ao que se passa neste filme: uma batalha com muita honra, com muita glória. E também com muito sangue, muita violência.
A película dá ao filme uma luz muito irreal...
Usam e abusam dos planos em câmara lenta, o que é óptimo...
Muito bom, caramba!
Nem tenho palavras...gostei muito e aconselho a todos!!!!
Só tenho 3 coisas a apontar que não são do meu agrado:
1 - Todas as grandes histórias têm um narrador. De facto, a tradição oral teve muito peso nas civilizações mais antigas, mas daí a ter um narrador a narrar no meio de uma batalha?! Não. Menos, muito menos.

2 - "Poderás erguer o estandarte da Europa" - disse o Rodrigo Santoro (que dificilmente se reconheceria. Se o corpo não era dele, nem a voz, pergunto-me como poderemos ver ali o seu trabalho como actor se os instrumentos dessa profissão são mesmo esses...) Europa??? Teriam os Espartanos ou mesmo os Persas noção de "Europa"??!!
Só faltou o Rodrigo subornar o inimigo com alguns euros...

3 - Tudo é Frank Miller. É banda desenhada. Parece não haver espaço para contar que a batalha realmente aconteceu, que realmente foi decisiva, que realmente foi notória. Nomes como Termópilas ou Heródoto perdem terreno para quem utiliza a BD como uma nova mitologia...

Mas para quem já viu de perto o desfiladeiro e um memorial em honra desses Espartanos, reconhece o vulto autoritário de uma História maior do que a minha mente ou corpo pode abarcar.

Saúdo assim, esses nobres guerreiros, desejando ter sido, numa vida passada, um deles, morrendo por um ideal...