Meu Porto de Graal
The Dream of Launcelot at the Chapel of the San Graal
Oil on canvas
54 1/4 x 66 1/2 inches (138 x 169 cm)
Southampton City Art Gallery, Southampton, England
Added 9/24/2001
O meu Porto de Graal
São negros os meus queixumes,
São tão longos e tão breves
Os longos olhos distantes,
Dos amigos dos amantes,
E outros tantos nunca antes vistos;
São discursos, são ministros sinistros são
Quem são, afinal?
Quanto tempo,
Quanto tempo a esperar a hora,
Quanto tempo mais, meu amor,
Meu povo à beira mar e cal,
Basta de lamento
Viva Portugal, viva Portugal.
Esta noite vou cobrir-me
Com o xaile de minha mãe
Que já morreu,
À mesma hora acender o braseiro
E rezar e cantar com a voz
Que Deus me deu:
“Ai Mouraria da velha rua da Palma,
Onde eu um dia deixei presa a minha alma”
Quando a hora tardia chegar,
Todas as coisas vão mudar de lugar
Para sempre a teu lado
Meu amor, meu amor
Meu país
Minha mãe, minha avó
Minha raiz
Minha mãe, minha avó
Minha matriz
Meu só-li-dó
Meu filho que quis
Sonhos de alvoroços
Na madrugada em espuma
Desfaço-me a teus pés, meu Graal
Viva Portugal,
O meu Porto de Graal
Reparem na maravilha deset poema de Dulce Pontes do seu último álbum...
Parece Fernando Pessoas...
Muitos beijinhos...
esta foi uma das minhas grandes prendas de Natal vindas de Portugal e pedida por mim próprio...
Adorei o poema e também o quadro.
ResponderEliminarMuito bom!
ResponderEliminarÉ lindo, Narcisus... Como é bom haver músicas e canções, cantores e compositores, poetas e prosadores, que nos fazem maravilhar, extasiar, elevar...! Que nos fazem felizes!
ResponderEliminar