Dia da Mulher, Dia de Helena
Não queria deixar passar este Dia da Mulher e de o dedicar a todas as classicistas, particularmente às nossas mestras,
também não queria esquecer os 'parabéns' públicos pelo dies natalis da nossa Helena :)
E por tudo isso, queria deixar-vos um poema, ainda inédito, de uma outra mulher admirável, que eu estimo muito, Maria do Rosário Pedreira, bem como este ramo de flores de Macau, de um pintor chamado Chun.
Num romance, uma chávena é apenas
uma chávena – que pode derramar
café sobre um poema, se o poeta,
bem entendido, for a personagem.
Num poema, mesmo manchado
de café, a chávena é certamente a
concha de uma mão – por onde eu
bebo o mundo, em maravilha, se tu,
bem entendido, fores o poeta.
No nosso romance, não sou sempre
eu quem leva as chávenas para a mesa
aonde nos sentamos à noite, de mãos
dadas, a dizer que a lata do café chegou
ao fim, mas a pensar que a vida é
que já vai bastante adiantada para os
livros todos que ainda pensamos ler.
No meu poema, não precisamos de café
para nos mantermos acordados: a minha
boca está sempre na concha da tua mão,
todos os dias há páginas nos teus olhos,
escreve-se a vida sem nunca envelhecermos.
Olá, Narcisus!
ResponderEliminarObrigada por esta dedicatória tão bela: poema belíssimo, o quadro também. Tudo bonito.
E parabéns atrasados, Helena de Tróia! Muitas felicidades, anos de vida, sucessos e beijinhos! Um abraço.
Mas acho que, se queremos a igualdade de tratamento entre os sexos, não se devia só fazer um dia internacional das mulheres. Façam também um dia internacional dos homens. E os senhores que têm o poder económico e político na mão que também façam mais coisas muito importantes, medidas concretas para que nós, mulheres, deixemos de ser as principais vítimas do desemprego e das desigualdades de salários no trabalho.
Um dia da mulher é muito bonito, mas não serve para nada, quando somos preteridas em relação aos homens. Quando os melhores empregos não são para nós, mesmo que tenhamos o mesmo nível de formação dos homens(ou até superior). Quando recebemos menos dinheiro pelo mesmo trabalho.
Mais acção e menos palavras. É disso que todos precisamos.
Beijinhos. E obrigada por esta homenagem, Narcisus!