O fascínio do horror hoje
Cenas do filme The Shining (1980), de Stanley Kubrick
Os seres humanos gostam de espectáculos cruéis, desde os tempos dos anfiteatros romanos, sendo em Ovídio que encontramos uma das primeiras descrições de um sacrifício horripilante, quando narra como Apolo, depois de vencer o sileno Mársia numa competição musical, o havia mandado esfolar, ainda vivo.
Schiller tinha definido muito bem esta "disposição natural" para o horrendo e não nos esqueçamos de que em todas as épocas o povo acorreu cheio de excitação a assistir às execuções capitais. Se hoje nos parece que somos "civilizados", talvez seja porque o cinema nos pôs à disposição cenas splatter que não perturbam a consciência do espectador, visto que são apresentadas como ficção.
ECO, Umberto (direcção). História do Feio, tradução de António Maia da Rocha, Algés, Difel, 2007; p. 220.
Mais uma obra-prima do Umberto Eco. A adquirir. História do Feio.
ResponderEliminarPois é, Hera, o fascínio do Homem por cenas horripilantes... os "espectáculos" dos anfiteatros romanos, os autos-de-fé...
Boa terça-feira!