segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

OITO PASSOS PARA A FELICIDADE DAS MULHERES

...(E ADENDA PARA A FELICIDADE DOS HOMENS) segundo José Luís Peixoto
É absolutamente essencial que não lhes tenha acontecido (às mulheres) uma desgraça – às próprias ou a alguém que lhes seja próximo. Isto porque perante uma desgraça verdadeira, o mundo pára, a satisfação mínima torna-se impossível e «felicidade» deixa de existir.
É também importante que o corpo tenha as suas necessidades elementares saciadas. Ou seja, nada de fome, nada de sede, nada de insónias e nada de mau sexo. Como é evidente não pode haver doenças de nenhum tipo (visíveis e invisíveis).
Em termos materiais, é fundamental ter apenas aquilo de que se necessita. Aqui, o equilíbrio é a única medida aceitável. Ter menos do que aquilo de que se necessita traz a insatisfação permanente, que é uma das várias antíteses de «felicidade». Por outro lado, ter mais do que aquilo de que se necessita cria uma desvantagem talvez ainda mais perigosa: o desinteresse e a incapacidade de valorizar o que se possui.
O que nos leva à importância de sentir-se útil. Acreditar que não se poderia ser substituído por uma máquina traz uma satisfação particular que não deve ser descurada.
Enquanto sociedade, temos criado todo o tipo de aparelhos para sermos autónomos. Os avanços tecnológicos, implicitamente, dizem-nos que não precisamos de ninguém. Erro capital. Dependemos dos outros para tudo. Só numa ordem arbitrária ter amigos pode ser o quarto ponto na lista de degraus da felicidade. Sem nenhuma surpresa poderia ser o primeiro. Importante mesmo é que os amigos sejam realmente amigos. Ao contrário do lugar-comum, os amigos não se distinguem nos maus momentos. É sobretudo quando as coisas correm muito bem que se reconhecem os verdadeiros amigos: são aqueles poucos que ficam verdadeiramente contentes com a nossa alegria.
Ter controlo sobre aquilo que se pode controlar é outro dos aspectos que se deve levar para a ilha da «busca da felicidade». Não viver forçada, não ter o dia programado apenas com obrigações e conseguir respirar são as consequências imediatas dessa boa prática.
Depois uma série de subpontos a ter em consideração:
- Ser capaz de prestar atenção aos pormenores que nos são oferecidos.
- Estar aqui, sem antecipar que, amanhã, se estará noutro lugar.
- Não fazer parte de ciclos de violência, nem como vítima nem como agressora.
- Ter sonhos, objectivos e esperança.
8. E, para sentir-se completa, ser amada pela pessoa a quem ama.

Adenda para a felicidade dos homens
Todos os pontos descritos anteriormente, sem nenhuma excepção.

(Nota: Não transcrevi o artigo na sua totalidade, por isso, se tiverem oportunidade, leiam o artigo deste escritor na revista “Notícias Magazine” do DN – 03/12/06).

Beijos.

7 comentários:

  1. Gostei da série de subpontos que são apresentados no final do artigo. Concordo plenamente com eles... e com o resto do texto. Saliento "É sobretudo quando as coisas correm muito bem que se reconhecem os verdadeiros amigos: são aqueles poucos que ficam verdadeiramente contentes com a nossa alegria."

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    Não são os elementos externos que nos fazem sentir verdadeira felicidade. A verdadeira felicidade vem de dentro. Eu sou feliz porque vivo.

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  2. Eu aprendo a ser feliz e concordo especialmento com o ponto que refere que ter mais do que se precisa causa desinteresse, depois ele completa com o subponto de ter sempre sonhos, objectivos e esperanças.
    É preciso andar numa busca constante do intangível, o que está ao alcance das minhas mãos não me basta.
    E os amigos verdadeiros reconhecem-se nos péssimos momentos das nossas vidas, eles abrem-nos os olhos para tudo o há de bom a aproveitar ou enchem-nos de esperança na espera de momentos melhores.
    Oscula

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  3. o zé luís peixoto é sempre um sopro de ar fresco e suave, desejado em qualquer altura...
    peço à medeia o favor de fotocopiar o texto para mim, pois ser-me-á certamente muito proveitoso...
    aproveito para informar que o último romance do zé luís, "Cemitério de Pianos", já está nas bancas, editado pela Bertrand...
    já não era sem tempo e ainda bem que tudo correu bem...

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    um beijo para todas e, já agora, clio,
    A VERDADEIRA FELICIDADE NÃO EXISTE...
    sorry...

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  4. Não sejas pessimista, Narcisus do meu coração! A verdadeira felicidade existe! O problema é que nunca sabemos se é verdadeira. Ou se é felicidade. Ou seja, estamos sempre a "apanhar do ar", como se costuma dizer.

    Num dos meus passeios matinais à praia (que infelizmente só posso dar ao fim-de-semana), descobri ser feliz naquela altura. De repente, dei por mim a respirar ar puro. E o ar puro não era tão puro quanto isso. Era salgado. Cheirava a mar. E de repente, tinha os olhos cheios de mar, os pulmões cheios de mar, o ar levado ao coração encheu-me de mar, a boca sabia-me a mar, o som das ondas brincava-me nos ouvidos, toda eu era mar e todo o mar era eu. Naquele momento de união com a natureza senti-me bem, muito bem, feliz. Felicidade, finalmente.
    E pensar que ainda ninguém descobriu a fórmula de ser feliz:
    A felicidade está naqueles pequenos, curtos e breves momentos em que nos unimos a algo ou a alguém. E sabemos ser felicidade porque naquela altura, todo o universo faz sentido (porque estamos alinhados com ele, como a lua alinha com o nosso planeta, e ele com ela, para dar origem ao mais belo espectáculo do mundo).

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  5. Medeia, quod erat demonstrandum.
    Penso exactamente o mesmo, apenas não encontrava um exemplo tão poético como o teu. Para mim, neste momento, ser feliz é estar ocupada a fazer algo que não me é penoso. Tão simples quanto isto! E, ao mesmo tempo, saber dos meus amigos e ter a noção de que os laços se mantêm, apesar da distância física, também me deixa feliz.
    A felicidade é aquilo que nos faz sentir bem, sem complicações.
    Oscula

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  6. São todos estes passos grandes auxílios no caminho da felicidade de todos. A felicidade vem de dentro e existe. A felicidade não é ter tudo, pois sabemos que ninguém tem tudo na vida. A felicidade é dar valor ao que temos, tirar partido de tudo o que está ao nosso alcance. Se estivermos sempre a pensar na maçã do ramo mais alto da árvore, veremos a felicidade como algo inatingível. E a felicidade é atingível. Há quem colha essa maçã do ramo mais alto e depois não lhe dê valor nenhum, porque já foi colhida, e queira outro de um ramo ainda distante que encontrou. A felicidade não depende de conquistar isto ou aquilo. Tudo é transitório. Se limitarmos a nossa condição de felicidade somente ao facto de se ser rico, poderoso, famoso, inteligente, etc., ou de ter qualquer outra coisa, então, sim, estaremos a beber um veneno fatal que nos impedirá de sermos felizes.

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  7. A revisão e correcção de texto não correu muito bem: onde se lê "queira outro de um ramo ainda distant que encontrou", deve ler-se "queira outra [maçã] de um ramo ainda mais distante que encontrou".

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