sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Suspirar por...

Kirsten Dunst

... Kirsten Dunst. Uma das actrizes que mais admiro e que é já uma verdadeira celebridade. Nos (não muitos) filmes que já vi e em que ela aparece, a sua presença é inesquecível. Poderá ser pelo talento, pela beleza, pelo sorriso, pelos papéis que representa, pela qualidade dos filmes em que foi a protagonista, adoro todos os filmes em que ela aparece e que já vi, claro - há vários que ainda não vi. O mais recente e que talvez ainda esteja nas salas de cinema é Marie Antoinette, da realizadora Sofia Coppola. Uma biografia que adorei ver da rainha adolescente Maria Antonieta, que nos dá um retrato inesperado daquela fútil, pródiga e arrogante rainha que terá dito dos seus súbditos: "Não têm pão? Eles que comam bolos!" Neste filme, Maria Antonieta conta, rindo-se, que houve um rumor tolo de que ela disse isso. Vemos a Maria Antonieta jovem, sonhadora, divertida, filha, esposa, incompreendida, mãe, corajosa, ameaçada pelo seu próprio povo, fugitiva com uma grande dignidade. Não é tempo perdido ver esta película.

Outro filme que reflecte o brilho da presença de Kirsten Dunst é, sem dúvida, As Virgens Suicidas, também de Sofia Coppola. Kirsten é Lux Lisbon, a quarta das irmãs virgens suicidas, a mais rebelde e complexa e a última a suicidar-se. Quem conhece o filme, sabe que é uma história inquietante, não desprovida de um grande fascínio e sensibilidade. E creio mesmo que se poderá associar este drama a uma tragédia de Ésquilo: As Suplicantes.

Em Elizabethtown, o papel de Kirsten Dunst é o de uma hospedeira extremamente optimista, que consegue dar um certo final feliz ao filme. Um filme muito bom, a não perder, que nos fala de uma raiz que nasce de um jardim ardido - metaforicamente falando.

A presença de Kirsten Dunst em O Despertar da Mente está bastante ofuscada por Kate Winslet, contudo quem já se deixou conquistar por Dunst - como eu - percebe que ela traz um encanto especial à personagem que interpreta, por mais secundário que possa parecer o seu papel.

E alguma vez esta menina teria de fazer a figura da rapariga absolutamente detestável... Isso acontece no filme O Sorriso de Mona Lisa, com Julia Roberts. Aí Kirsten Dunst é a moça de boas famílias, educada para casar e agradar ao marido, com ideias machistas, que ataca com os seus preconceitos todas as amigas que, de algum modo, não cumpram as funções que a cultura judaico-cristã destinou à mulher. Quando o marido revela não merecer a dedicação que ela lhe dá e os pais não a apoiam perante a desgraça do seu casamento infeliz e submisso, é que acorda para a realidade e deixa de ser a detestável.

Há mais filmes com ela que tenho de ver: O Homem Aranha, Entrevista com o Vampiro...

Viram alguns filmes com a Kirsten Dunst? Digam-me o que pensam, se têm opiniões diferentes. Se não conhecerem bem a actriz ou algum destes filmes, recomendo. Sem querer, depois de ter acontecido, por acaso, ver vários filmes com a Kirsten... fiquei fã!

Kirsten Dunst, em Marie Antoinette.




9 comentários:

  1. Concordo que a Kirsten Dunst tem um magnestismo e um modo diferente de capturar o espectador. Tem sido uma aprendizagem vê-la nos filmes sucessivos. Eu comecei a aperceber-me dela no "Homem Aranha" e a ter a sensação de que já tinha visto aquela cara. Claro! Era a vampirinha mimada e que tem um final triste na "Entrevista com um Vampiro", uma personagem que já é reveladora do seu grande talento. Vi "As Virgens Suicidas", um filme difícil e que tenho de rever para captar tudo o que não consegui da primeira vez.
    O seu papel n' "O Sorriso de Mona Lisa" é fantástico e muito autêntico, é às pessoas mais intolerantes e taxativas que a vida dá as maiores lições, mas também são as mais corajosas que vêm os seus erros e alteram a rota do seu percurso.
    Obrigada por este post.
    Oscula

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  2. Eu vi, revi, re-revi e assim por diante "As Virgens Suicidas". Adoro! Não há palavras mesmo... Até a banda sonora é fantástica! Um filme que me deixa rendida.
    Volta a ver.

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  3. Eu não sei se vi "As Virgens Suicidas". Com tantos filmes que já passaram pelo meu "Home Brain", e muitos já há bastantes anos, muitas vezes é difícil lembrar-me de algum apenas pelo nome. Mas agora estou curiosa.

    Beijo.

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  4. Também gosto dela, cara Hera. Não é de todo uma das actrizes que mais admiro, mas é fácil deixarmo-nos cativar pela sua presença.
    "As Virgens Suicidas" intrigaram-me muito. E como os filmes de que gostamos demonstram quem somos, também fico intrigada quando eleges o filme como um dos teus preferidos... Espero que não sintas a mesma necessidade de liberdade que elas sentiam...

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  5. Olá a todos!

    Umas palavras para a nossa Medeia: não só gosto muito da Kirsten Dunst, como aprecio a imagem e a aura positiva e radiante que as personagens que ela interpreta costumam transmitir. Apesar de a Lux Lisbon, d'"As Virgens Suicidas", se ter suicidado (e até a foi a última das irmãs a suicidar-se), há que reconhecer que a Lux Lisbon irradiva uma aura muito fascinante e solar.

    Para mim, "As Virgens Suicidas" é um belo filme.

    Não sei até que ponto os nossos gostos cinéfilos traduzem a nossa personalidade, porque eu gostei de ver o "Hannibal" e "O Silêncio dos Inocentes" e estou longe de ser psicopata, canibal e "serial killer". Os nossos gostos cinéfilos dizem algo de nós, mas não tudo, penso eu...

    "As Virgens Suicidas" fascinam-me, porque é isso mesmo: um filme intrigante. Sente-se vontade de rever para perceber melhor. É um filme que me leva o pensamento para as Danaides, para a Ofélia... É lindo.

    E a verdade é que todos nós, tal como aquelas cinco irmãs virgens suicidas, temos sempre um pouco da nossa liberdade oprimida por qualquer coisa, quanto mais não seja pelo facto de não termos ganho o Euromilhões!!!...

    Beijinhos.

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  6. Erro meu no comentário anterior: leia-se "a Lux Lisbon irradiava".

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  7. Concordo com o que dizes da personagem da Kirsten Dunst em "Virgens Suicidas", Hera. Claro que o nome diz tudo: Lux. No entanto, ela apesar de ter sido a última a suicidar-se, foi a primeira a perder-se. Depois de uma noite de amor, descobriu-se só, abandonada e às escuras! Tal como outras personagens míticas (Ariadne, por exemplo). Há sempre muito que dizer a respeito de certas referências explícitas e/ou implícitas nos filmes. Até a forma como se filma algo ou alguém pode ser revelador de muita coisa. Por isso é que sou apaixonada pela 7ªarte. E acredito que partilhas essa paixão comigo, Hera.

    Tive de me rir quando mencionaste o "Silêncio dos Inocentes" e "Hannibal" como filmes que apreciaste e cujos hábitos alimentares dispensas, obviamente. :)
    Aí, nesse caso, atreveria-me a dizer que o que nos fascina (incorporando-me também no grupo de fãs destes filmes) é a profundidade da mente humana e os seus penhascos cujos abismos obscuros nos podem levar até além dos nossos limites...ou não.

    Beijinhos, Med

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  8. Ando a notar que os colaboradores deste blogue andam todos muito poéticos... :)

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