segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Nuvens correndo num rio



Nuvens correndo num rio
Quem sabe onde vão parar?
Fantasma do meu navio
Não corras, vai devagar!

Vais por caminhos de bruma
Que são caminhos de olvido.
Não queiras, ó meu navio,
Ser um navio perdido.

Sonhos içados ao vento
Querem estrelas varejar!
Velas do meu pensamento
Aonde me quereis levar?

Não corras, ó meu navio
Navega mais devagar,
Que nuvens correndo em rio,
Quem sabe onde vão parar?

Que este destino em que venho
É uma troça tão triste;
Um navio que não tenho
Num rio que não existe.

Natália Correia

3 comentários:

  1. Nada é tão alegre como a Vida, nada é tão real.

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  2. Aplica-se a expressão da vida a correr por entre os dedos. Sei o que é vou fazer tudo para que não volte a acontecer.
    Imagem linda das nuvens que correm nos rios, o etéreo que se dissipa no elemento líquido, ambos impossíveis de represar.
    Nós não prendemos o tempo da nossa vida, ele passa, por isso temos de ouvir o nosso Horácio: carpe diem.
    Oscula

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