Os amigos
Esses estranhos que nós amamos
e nos amam
olhamos para eles e são sempre
adolescentes, assustados e sós
sem nenhum sentido prático
sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos no seu exagero
de temporalidade pura
Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o fortuito significado dos campos
explica por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis
Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso ténue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor
MENDONÇA, José Tolentino. A Noite Abre Meus Olhos [poesia reunida], posfácio de Silvina Rodrigues Lopes, Lisboa, Assírio & Alvim, 2006; p. 150.
e nos amam
olhamos para eles e são sempre
adolescentes, assustados e sós
sem nenhum sentido prático
sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos no seu exagero
de temporalidade pura
Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o fortuito significado dos campos
explica por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis
Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso ténue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor
MENDONÇA, José Tolentino. A Noite Abre Meus Olhos [poesia reunida], posfácio de Silvina Rodrigues Lopes, Lisboa, Assírio & Alvim, 2006; p. 150.
Olga Suvorova - Friends
98 x 119 cm
oil on canvas
"Sentimento controverso, a amizade. Porque os amigos nos enchem a vida com a sua presença, mas também nos fazem provar o gosto acre da tristeza ou da saudade quando deles nos separamos, e nos deixam um insuportável vazio quando os perdemos."
ResponderEliminarin PIMENTEL, Maria Cristina de Castro-Maia de Sousa, "por causa da cor do trigo...", in Clássica 21
Todo o amor parece ser assim: a alegria da união e a dor da perda.
ResponderEliminarPor isso mesmo, aproveitemos ao máximo cada dia... Quando estamos alegres, libertemos essa alegria interior, soltemos a nossa gargalhada mais profunda, cantemos e assobiemos mesmo desafinados, mostremos sem limites o nosso sorriso... amanhã poderemos já não ter motivos para tal...
ResponderEliminarMas, mesmo que o nosso coração chore, sejamos alegres. A Vida é bela!
Vale, pulchra amica!
Salve, pulchra amica!
ResponderEliminarÉ muito bom ter aqui a tua companhia, Clio. Só é pena que não haja mais posts e mais comentários dos nossos outros amigos, também contribuidores deste blogue.
Vamos ou não dar mais animação e vida ao blogue? Temos de ser vários.
Beijinhos a todos.
Vale.
A crítica da Hera é muito válida, vários membros deste pequeno clube já não dão as caras há bastante tempo. Eu dou um ar da minha graça sempre que posso, mas, por vezes, a vida não nos permite mimos destes durante algum tempo. A minha vida mudou muito no último mês, quando tiver tempo e coragem, colocarei um post sobre essa volta de 180º.
ResponderEliminarBeijos
Concordo inteiramente convosco. Como é que podemos deixar de aproveitar este belíssimo blogue, esta excelente forma de aproximação? Bora lá, pessoal! Vamos participar. Não demora nada. Em 45 segundos pensei e escrevi estas palavras! Em poucos minutos, diários ou semanais, conseguimos ligar-nos de um modo tão particular com o nosso grupo...! Temos saudades. Digam qualquer coisa, senão a Hera, a Hortênsia e eu fazemos greve e o blogue vai à falência... :)
ResponderEliminarOSCVLVM MAGNVM.